PESQUISA
Aumenta insatisfação do eleitor com transporte e trânsito em BH
Para 26%, esse é o principal problema; em abril, percentual era 17%; saúde também é criticada
A qualidade da estrutura de transporte e trânsito e do atendimento à saúde estão na mira do eleitorado de Belo Horizonte. Os setores dividem o topo do ranking de serviços públicos com pior avaliação entre a população apta a votar na capital, conforme foi revelado pela quarta rodada da pesquisa DATATEMPO, de 7 a 11 de agosto.
Questionados sobre qual é hoje o maior problema da cidade, 26% dos entrevistados citaram transporte e trânsito, enquanto 25,8% se queixaram da saúde. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos.
O resultado aponta um aumento na insatisfação dos eleitores em relação aos serviços de mobilidade urbana desde abril deste ano, quando a DATATEMPO mediu o critério pela última vez (TRE-MG: 02336/2024). Naquele período, 17% dos entrevistados se queixavam do transporte e trânsito na capital, enquanto saúde liderava a lista, com 29,3%.
A cientista social Bruna Assis, analista de pesquisas do instituto DATATEMPO, ressalta que o levantamento anterior foi realizado no período em que Belo Horizonte enfrentava o auge da pior epidemia de dengue da história do município – conforme o último balanço da prefeitura, divulgado na semana passada, 234.915 casos prováveis da doença já foram notificados em 2024.
Segundo a especialista, a emergência sanitária, que provocou sobrecarga dos equipamentos de saúde naquele período, pode ter influenciado a percepção do eleitorado sobre o serviço, fazendo com que as avaliações negativas se sobressaíssem em relação às queixas sobre mobilidade.
Declarado o fim da epidemia, a analista avalia como natural que transporte e trânsito passem a disputar espaço com a saúde no topo do ranking, uma vez que, segundo ela, a mobilidade figura entre os principais motivos de queixas de moradores dos principais centros urbanos.
No caso de Belo Horizonte, o tempo gasto em congestionamentos durante o horário de pico já é o segundo maior entre as capitais do país, conforme dados divulgados pela Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana 2024. Segundo o estudo, o motorista de BH perde, em média, 57 minutos para percorrer 10 quilômetros às 18h. A cidade fica atrás apenas de Recife (PE), onde são necessários 58 minutos para fazer o mesmo trajeto.
“O destaque dessas áreas (transporte e saúde) não é uma surpresa, visto que são problemas frequentemente destacados como os mais críticos em grandes centros urbanos devido à alta demanda, à infraestrutura oferecida e à qualidade dos serviços prestados, atraindo, portanto, mais atenção e críticas do eleitorado”, avalia Bruna.
Pesquisa diz que 87,5% irão às urnas
As eleições municipais – que ocorrem no próximo dia 6 de outubro em todo o país – devem contar com o comparecimento de 87,5% do eleitorado de Belo Horizonte, aponta a quarta rodada da pesquisa DATATEMPO, realizada entre 7 e 11 de agosto. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos.
A convicção em relação à intenção de votar ficou estável, na comparação com a DATATEMPO anterior, divulgada em julho (TRE MG-02187/2024). Naquela ocasião, 85,2% deram certeza de que vão comparecer às urnas. A variação em relação ao novo resultado ocorre dentro da margem de erro. Na nova rodada, outros 8,2% afirmam que talvez se desloquem até o local de votação. Por outro lado, 3,7% dos eleitores garantem que não vão de jeito nenhum
Dados
A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados entre 7 e 11 de agosto de 2024. Foram realizadas 1.200 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TRE-MG sob o número 08627/2024.