Líder da corrida para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o candidato do Republicanos, Mauro Tramonte, deve evitar participar dos atos em celebração ao Dia da Independência do Brasil neste sábado (7 de setembro). Em busca de não se vincular às manifestações tradicionais da data, o deputado estadual manterá as agendas de rua em regiões periféricas ou aglomerados que faz aos fins de semana desde o início da campanha, em 16 de agosto.

Além do ato cívico-militar de 7 de setembro, na avenida Afonso Pena, hipercentro de Belo Horizonte, a capital receberá duas manifestações. A primeira é o “Grito dos excluídos”, cuja concentração será na praça Vaz de Melo, no bairro Lagoinha, região Noroeste, às 9h30, e é encabeçada por movimentos sociais. A segunda é um ato na Praça da Liberdade, região Centro-Sul, ainda sem horário previsto e capitaneado por grupos de direita.

Apoiado pelo governador Romeu Zema (Novo) e pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem partido), Tramonte tenta posicionar a candidatura ao centro do espectro político. Em seu plano de governo, o deputado estadual ressalta que “quem quiser fazer parte do nosso projeto político será muito bem vindo”. “Pois é assim que pretendo governar, para todos. Para quem for de direita ou de esquerda e independentemente da convicção religiosa”, pontua, em uma apresentação assinada por si mesmo.

De acordo com a última rodada da DATATEMPO, Tramonte, hoje, herda eleitores que votaram tanto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno das eleições de 2022. Enquanto 30% dos eleitores que disseram ter votado em Lula manifestam a intenção de voto no deputado estadual, 27,5% daqueles que afirmaram ter votado em Bolsonaro apontaram que votariam no candidato do Republicanos. O registro da pesquisa é TRE-MG – 08627/2024.

Tramonte tem maior predileção entre os eleitores de Lula e Bolsonaro até mesmo em comparação aos candidatos por eles apoiados, o deputado federal Rogério Correia (PT) e o deputado estadual Bruno Engler (PL), respectivamente. Enquanto 15,8% dos eleitores que disseram ter votado no presidente no 2º turno têm a intenção de votar em Rogério, 24,6% dos eleitores que afirmaram ter votado em Bolsonaro querem votar em Engler.   

Enquanto herda votos de Lula e Bolsonaro, Tramonte tem tentado se desvincular de um e de outro. Em sabatina de O TEMPO no último mês, o candidato ressaltou que “quem vai votar em Mauro Tramonte é quem confia em Mauro Tramonte”. “Eu não tenho ligação com o Bolsonaro. Eu nunca falei com o Bolsonaro. Eu não o conheço pessoalmente. Eu não tenho ligação com o Lula. Eu não conheço o Lula. Eu nunca falei com ele pessoalmente. Eu estou preocupado com a minha eleição”, apontou.   

A postura se refletirá na agenda de Tramonte neste sábado. Embora a campanha ainda trabalhe para definir qual será a agenda, já que os comércios estarão fechados em razão do feriado, o candidato deve manter a estratégia dos finais de semana de visitar algum bairro de Belo Horizonte. Desde o início da campanha, o deputado estadual já foi, aos sábados e aos domingos, por exemplo, no Morro do Papagaio, região Centro-Sul, na Cabana Pai Tomás, região Oeste, e no Aglomerado da Serra, também Centro-Sul.