PARABÉNS, 'BEAGÁ'!
BH 127 anos: você sabe como surgiram os bairros da cidade? Confira!
Parabéns BH pelos 127 anos de vida. Ao longo de sua rica história, existem alguns fatos que talvez você tenha conhecimento.
Nesta quinta-feira (12/12), Belo Horizonte está de parabéns pelos 127 anos de vida. Foi neste dia, em 1897, que a cidade foi fundada para ser a nova sede do Governo de Minas Gerais. Ao longo de sua rica história, existem alguns fatos que talvez você tenha conhecimento. Por exemplo: você sabia que, no passado, a população mais rica tinha uma região “reservada” para habitação? E que as pessoas mais pobres eram expulsas, obrigadas a viverem à margem da capital? Entenda a origem dos bairros Mangabeiras, Barro Preto e todos os outros.
Este conteúdo especial mostra a linha do tempo do desenvolvimento da capital mineira
Construção da nova capital de Minas Gerais
A Constituinte mineira de 1891 entendeu como imediato a mudança da sede do governo de Minas Gerais. De acordo com a Documenta dos Cadernos da Escola da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, “a resistência à mudança da capital tornou-se mais frágil com o fim da monarquia. Antes mesmo de se reunir com a Constituinte mineira, o Presidente do Governo Provisório, Augusto de Lima, chegou a assinar um decreto transferindo a sede do Poder para Curral del-Rey”. Foi ,então, em 12 de dezembro de 1897 que a decisão foi sacramentada, e Belo Horizonte (nome adotado a partir de 1901), se tornou a capital de Minas Gerais.
Os representantes consideravam que Ouro Preto, já em 1891, já não tinha condições de desenvolvimento, devido a fatores arquitetônicos e topográficos. Devido a isso, iniciaram-se os planos para a construção da nova cidade, que teria o projeto assinado pelo arquiteto paraense Aarão Reis.
A planta da cidade tinha inspiração em grandes cidades da época, como a capital francesa Paris, capital da França, e Washington, sede do governo dos Estados Unidos. Sua construção foi realizada entre os anos de 1788 e 1792 aos “pés” da serra do Curral. O objetivo era proporcionar o progresso econômico aos cidadãos, mas a topografia montanhosa dificultou esse ideal, acarretando num êxodo da população mais pobre para além da área de ocupação e moradia planejada inicialmente.
Origem dos bairros
O plano da nova capital dividia sua dimensão territorial em três áreas:
- Central: denominada de território urbano;
- Suburbana: ao redor do espaço principal;
- Área rural: destinada aos sítios e atividades agrícolas.
Região urbana (central)
A área urbana da nova capital de Minas Gerais foi projetada para ser construída dentro de um perímetro pré-determinado chamado de avenida do Contorno. O centro foi ocupado desde a inauguração de Belo Horizonte. Na região também houve a criação do bairro Funcionários, onde morava a maioria dos servidores públicos.
Posteriormente, com a chegada de polos de comércio no local, houve uma divisão e outro bairro surgiu: a Savassi. O nome, que desperta curiosidade de muitas pessoas, foi dado em homenagem à padaria da família Savassi, de origem italiana.
Ocupação pelos mais pobres
Mudando o cenário, a população mais pobre, claro, existe desde sempre na capital de todos os mineiros. Os que não tinham poder aquisitivo para comprar uma moradia digna na área urbana tiveram que erguer residências precárias, chamadas de “cafuas”. Essas pessoas foram expulsas, sendo obrigadas a irem para áreas cada vez mais distantes. Foi assim que, por exemplo, começou o povoamento da região do bairro Barro Preto.
Área suburbana
O perímetro intermediário – entre a região central e a rural – da nova cidade foi desenvolvido como um “cinturão verde” em volta da avenida do Contorno. Sua formação se dava por colônias agrícolas, onde os imigrantes produziam os alimentos. Nesta região, surgiram os bairros Floresta e Lagoinha, por exemplo.
Uma curiosidade é que a região da Lagoinha tinha moradores antes mesmo da inauguração de Belo Horizonte. O motivo? Ele surgiu para receber imigrantes contratados para erguer a nova sede do Governo de Minas Gerais. Por isso, a área cresceu, dando origem a outras vizinhanças: Serra, Calafate e Carlos Prates – que depois foi ocupado por vilas operárias.
Ao lado destas regiões citadas acima, surgiram os bairros Padre Eustáquio, São Cristóvão e Pedreira Prado Lopes.
Relação com ferrovias
As linhas de trem que cortavam Belo Horizonte tiveram influência no surgimento de novos bairros na capital. São eles:
- Anchieta;
- Cruzeiro;
- Sion;
- Carmo.
Ao redor das ferrovias, os trabalhadores também ocuparam regiões que, posteriormente, surgiram os distritos de Santa Efigênia, Colégio Batista e São Lucas. Com a iminente industrialização, surgiram os bairros Prado, Gutierrez, Grajaú e Morro das Pedras.
Área rural
Localizada em uma região mais afastada, a área rural, não estava prevista no esboço original da nova cidade de Belo Horizonte. Como, por exemplo, o território do Barreiro, que também foi ocupado antes mesmo da inauguração da capital. Lá, moravam pessoas dedicadas aos serviços agrícolas.
Outra região surgida nos mesmos moldes foi Venda Nova. O bairro, na verdade, ganhou os primeiros habitantes antes mesmo do começo de BH. Lá era uma rota dos Tropeiros, comerciantes de gados e alimentos. Com a expansão acontecendo, foi construído um novo espaço comercial na região, surgindo o nome Venda Nova.
Pampulha
Batizada inicialmente como Arraial da Pampulha, a região satélite foi fundada para a construção de um reservatório de água para a cidade. A represa, feita de cimento, alvenaria e terra, formava o lago artificial, posteriormente batizado de Lagoa da Pampulha. Na área, lotes e fazendas foram desapropriados para dar lugar à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e aos bairros Bandeirantes, Braúnas, Jardim Atlântico e São Luís. Posteriormente, nas proximidades surgiram o Planalto e a Vila Clóris.
Ocupação pelos mais ricos
No outro lado da cidade, a prefeitura de Belo Horizonte, na época, decidiu reservar uma região para a venda de lotes para a construção de mansões. O objetivo era atender a demanda das pessoas mais ricas. Com isso, houve o surgimento do bairro Mangabeiras.
Áreas de risco
Como citado anteriormente, o crescimento acelerado da nova capital de Minas Gerais acarretou êxodo da população mais pobre para além da área de moradia planejada inicialmente. A ocupação em áreas de risco aumentou, obrigando a gestão administrativa daquele período decidir lotear fazendas e criar vilas para atender a essa parte da sociedade.
Porém, tudo isso longe das áreas planejadas. Assim, se originaram os bairros Primeiro de Maio, Providência, Heliópolis, Guarani e São Bernardo, na região norte.
Primeira Vila Operária
Novos vilarejos de trabalhadores foram surgindo na cidade, dando lugar aos bairros Renascença e Concórdia – este o responsável pela primeira Vila Operária de Belo Horizonte, a Vila Concórdia.
Zonas urbanas recentes
Para acompanhar o crescimento acelerado da capital mineira, outras zonas urbanas surgiram recentemente para atender aos interesses das classes média alta. Assim, aconteceu na origem do Belvedere. O mercado imobiliário continuou a focar na construção de moradias aos “pés” da serra do Curral e perto de cursos d’água, assim originando o Buritis e o Estoril.
No vídeo abaixo, produzido pelo O TEMPO ano passado, você encontra detalhes, dados e animações que apresentam a origem dos bairros de Belo Horizonte.