LEGISLATIVO

Suplentes tentam derrubar eleitos para ganhar vagas na Câmara de BH

Desde o fim das eleições, são três casos em que candidatos derrotados no pleito entraram com ações contra vereadores

Suplentes tentam derrubar eleitos para ganhar vagas na Câmara de BH
Publicado em 08/01/2025 às 6:59

Candidatos derrotados que terminaram a eleição municipal de 2024 como suplentes de vereadores em Belo Horizonte têm se movimentado para, ainda assim, tentar abocanhar uma cadeira na Câmara Municipal. Desde o encerramento do pleito, ao menos três deles acionaram a Justiça Eleitoral para pedir a cassação do diploma de parlamentares eleitos, com o intuito de, posteriormente, assumirem a vaga. 

O caso mais recente envolve o ex-vereador Reinaldinho Oliveira (PSDB). Ele moveu, na segunda-feira (6), uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo contra o parlamentar Leonardo Ângelo (Cidadania). Primeiro suplente da federação PSDB/Cidadania, Reinaldinho poderia ocupar a vaga, caso vença na Justiça.

A ação, à qual o Aparte teve acesso, acusa o vereador eleito de abuso de poder econômico e fraude eleitoral por, supostamente, ter recebido recursos não declarados da campanha do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que disputava a Prefeitura de BH. Conforme a denúncia, pessoas teriam sido contratadas para participar da campanha do vereador com o dinheiro, que chegaria a cerca de R$ 500 mil. Materiais de campanha também teriam sido custeados pelo montante.

“O desequilíbrio eleitoral não pode ocorrer. Percebendo a gravidade, procurei um escritório de advocacia e o escritório falou que havia todos os indícios de abuso de poder econômico. Podemos, então, chamar o ‘VAR’”, justificou Reinaldinho, ao Aparte. “Se a Justiça entender que houve abuso de poder econômico, por consequência, eu serei vereador no lugar dele. Nada mais justo”, completou o ex-vereador de BH.

Leonardo Ângelo, por outro lado, disse não ter conhecimento do teor da ação e se limitou a afirmar que “obviamente, os esclarecimentos necessários serão prestados”. A assessoria de imprensa de Mauro Tramonte, por sua vez, informou, em nota, que o deputado não faz parte da ação e que “todos os gastos de campanha do candidato foram devidamente declarados à Justiça Eleitoral”.

Outros casos

Em novembro do ano passado, o ex-vereador Wagner Messias, o Preto (União), que terminou a eleição como primeiro suplente de seu partido, entrou com uma ação contra Janaína Cardoso, colega de legenda, pedindo a cassação da candidatura dela. Ele a acusou de campanha irregular com suposto abuso de poder político e econômico. Janaína nega a acusação.

No mês passado, o ex-vereador Rubão (Podemos), derrotado nas urnas, também acionou a Justiça para tentar cassar o mandato de Lucas Ganem, do mesmo partido. Ele alega que o parlamentar não tinha domicílio eleitoral em BH e que só registrou que mora na cidade um dia após a diplomação dos eleitos. Procurado, Ganem não se manifestou.