DECISÃO DA COPA DO BRASIL
Federação Mineira de Futebol cobra investigação por vandalismo na Arena MRV
Bombas e copos de cerveja foram arremessados ao campo e chegaram a atingir profissionais de imprensa e das equipes de segurança
A Federação Mineira de Futebol (FMF) lamentou os atos de vandalismo ocorridos na decisão entre Atlético e Flamengo, na decisão da Copa do Brasil, neste domingo (10 de novembro), na Arena MRV. Os conflitos começaram desde o acesso ao estádio alvinegro e se intensificaram após o gol de Gonzalo Plata, no segundo tempo. Bombas e copos de cerveja foram arremessados ao campo e chegaram a atingir profissionais de imprensa e das equipes de segurança. Seis torcedores foram presos.
“Este episódio representa uma violação inaceitável dos princípios de civilidade e respeito que devem reger qualquer evento esportivo. O futebol é, antes de tudo, um espaço de celebração, de união e de convivência pacífica entre as torcidas”, disse, em nota. Ainda segundo a FMF, a instituição está à disposição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos demais órgãos para ajudar na apuração dos incidentes.
“A FMF está à disposição da CBF, organizadora da competição, e do STJD, responsável pelo processamento e julgamento dos fatos, para apuração das circunstâncias e responsabilização dos envolvidos. Paralelamente, intensificaremos os esforços junto aos clubes e órgãos de segurança para reforçar as medidas preventivas e garantir a integridade de todos nos estádios”, acrescentou.
Durante os conflitos, o fotógrafo Nuremberg José Maria, que estava à beira do gramado, foi atingido por uma das bombas arremessadas pela torcida. Ele ficou ferido e precisou ser encaminhado para o hospital. Os exames de raio-x identificaram três dedos quebrados, além de lesões nos tendões e no pé. Na atualização mais recente, o fotógrafo disse que estava sendo levado para a sala de cirurgia e que ainda sentia muitas dores.
“Expressamos nossa profunda solidariedade ao fotógrafo Nuremberg José Maria, atingido por uma bomba enquanto exercia sua função atrás de um dos gols do estádio. Desejamos boa recuperação ao profissional e a todas as pessoas que sofreram qualquer tipo de violência no estádio”, disse a FMF.
Leia a nota na íntegra
“A Federação Mineira de Futebol (FMF) vem a público manifestar seu mais profundo repúdio aos atos de violência ocorridos na Arena MRV durante a partida da final da Copa do Brasil, realizada no dia 10 de novembro de 2024.
Este episódio representa uma violação inaceitável dos princípios de civilidade e respeito que devem reger qualquer evento esportivo. O futebol é, antes de tudo, um espaço de celebração, de união e de convivência pacífica entre as torcidas.
A FMF está comprometida com a promoção de um ambiente seguro e acolhedor para todos que comparecem aos eventos esportivos em Minas Gerais. Para tanto, a FMF está à disposição da CBF, organizadora da competição, e do STJD, responsável pelo processamento e julgamento dos fatos, para apuração das circunstâncias e responsabilização dos envolvidos. Paralelamente, intensificaremos os esforços junto aos clubes e órgãos de segurança para reforçar as medidas preventivas e garantir a integridade de todos nos estádios.
A Federação Mineira de Futebol reafirma sua dedicação ao futebol, à paz e ao respeito, valores essenciais para que o esporte siga sendo um espaço de união e alegria para todos.
Por fim, expressamos nossa profunda solidariedade ao fotógrafo Nuremberg José Maria, atingido por uma bomba enquanto exercia sua função atrás de um dos gols do estádio. Desejamos boa recuperação ao profissional e a todas as pessoas que sofreram qualquer tipo de violência no estádio”.
Punição
Segundo o advogado especialista em Direito Desportivo Andrei Kampff, o Atlético pode ser responsabilizado pelos episódios de vandalismo que ocorreram durante a partida. “O Atlético deve ser denunciado e punido com base no art 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em perda de mando de campo. A punição pode ser cumprida no Campeonato Brasileiro, já que a Copa do Brasil terminou”, disse Kampff em sua conta no X.
O artigo, em questão, diz que a punição pode ser aplicada quando o clube “deixa de tomar providências capazes de prevenir e reprimir” situações como invasão de campo e lançamento de objetos no campo. A pena prevista é uma multa que pode variar de R$ 100,00 a R$ 100 mil. Há ainda a possibilidade de perda de até 10 mandos de campo.
“Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial”, diz a norma.
Caso o Atlético consiga identificar os responsáveis e a PM consiga prender os envolvidos, o clube pode abrandar a punição, caso aplicada. “A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade”, complementa o Código.