A bancada de vereadores do Novo foi comunicada, na manhã desta quarta-feira (31/07), durante reunião com o vice-governador Mateus Simões, que o partido fará coligação com o Republicanos nas eleições municipais de Belo Horizonte. Com isso, a pré-candidata do partido à prefeitura, Luísa Barreto, será candidata a vice na chapa de Mauro Tramonte (Republicanos). O anúncio deve ser oficializado no próximo sábado (03/08), quando as duas siglas realizam suas convenções.

A notícia, segundo apurou a reportagem, pegou de surpresa os parlamentares do Novo na Câmara Municipal, que não estão participando nem da formação da chapa majoritária nem da chapa de vereadores. 

O diretório estadual do Novo teria prometido à bancada que a filiação do ex-prefeito Alexandre Kalil ao Republicanos não traria nenhum prejuízo aos trabalhos dos parlamentares da sigla na Câmara Municipal. Isso porque três vereadores do Novo, Fernanda Pereira Altoé, Bráulio Lara e Marcela Trópia, têm um histórico de críticas a Kalil e à sua gestão na PBH, que durou de 2016 a 2022, quando ele desistiu do cargo para ser adversário de Romeu Zema na disputa pelo governo. 

A expectativa do Novo, que já vinha negociando com o Republicanos antes mesmo do anúncio da filiação de Kalil, é de que o ex-prefeito não tenha participação expressiva nas eleições municipais. Dessa forma, a porta seguiria aberta para que candidatos e parlamentares do partido façam eventuais críticas ao ex-prefeito. 

O próprio Kalil, que já fez diversas críticas à gestão do governador Romeu Zema, afirmou, em entrevista à rádio Band News FM de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira, que não se importa em integram um partido que compõe chapa com Zema, a quem ele disse que nunca foi inimigo. Kalil, inclusive, chegou a elogiar Luísa Barreto, e disse que ela é um “ótimo quadro técnico”.

Desejo de Luísa não prevaleceu

Luísa Barreto, que foi secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Zema, vinha negando, há meses, qualquer negociação com o Republicanos ou outro partido para que ela ocupasse a vaga de vice. Ela chegou a citar em conversa, inclusive, que as especulações publicadas na mídia eram fruto de um “machismo”. 

Sua vontade, entretanto, acabou sendo vencida, e, segundo interlocutores do partido, ela está “bem tranquila” com o papel de vice na chapa de Tramonte. O principal motivo seria duas promessas feitas a ela e ao Novo para fechar a aliança com o Republicanos. A primeira de que Luísa terá um papel essencial na formulação do plano de governo de Tramonte e a segunda, de que, como vice, ela vai poder participar ativamente das articulações políticas nos bastidores.