RECLAMAÇÕES DOS ELEITORES

Pesquisa DATATEMPO: saúde e transporte ocupam topo dos problemas em BH

Segundo o levantamento, 21,3% dos eleitores reclamam da saúde, e 15,9%, do transporte

Pesquisa DATATEMPO: saúde e transporte ocupam topo dos problemas em BH
Publicado em 12/09/2024 às 7:55

Os atendimentos em saúde e transporte se mantêm no topo do ranking de reclamações dos eleitores de Belo Horizonte na avaliação dos serviços públicos da cidade. A quinta rodada da pesquisa DATATEMPO, que analisa o cenário eleitoral na capital mineira, revela que 21,3% dos entrevistados apontam a falta de investimento na saúde como o maior problema de BH. Outros 15,9% consideram que a ineficiência do transporte é o mais grave. As queixas sobre os setores empatam tecnicamente, dentro da margem de erro, que é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. 

Na rodada anterior da pesquisa, divulgada em agosto (TRE-MG 08627/2024), transporte e trânsito lideravam a lista de problemas da cidade, com 26% das reclamações. Desta vez, a pesquisa se aprofundou no detalhamento das queixas. Além de citarem o transporte ineficiente (15,9%), eleitores criticaram congestionamentos (8,6%), tarifas (0,5%), atraso dos ônibus (0,4%), aparência do transporte coletivo (0,1%), falta de sinalização viária (0,1%) e escassez de transporte (0,1%). Quando somados os percentuais, a insatisfação com os serviços de mobilidade urbana em Belo Horizonte chega a 25,7%. 

A rodada anterior havia apontado que 25,8% do eleitorado considerava a saúde o principal problema da capital. Agora, a pesquisa mostra que, além das queixas sobre o baixo investimento no setor (21,3%), os entrevistados criticam a falta de profissionais (0,4%), atendimento inadequado (0,2%), demora em atendimentos emergenciais (0,2%), má gestão das unidades de saúde (0,1%) e saúde do idoso (0,1%). Juntas, as queixas chegam a 22,3%.

“Isso reflete a realidade enfrentada pela população no dia a dia, que lida diretamente com a qualidade dos serviços de saúde e as dificuldades no transporte urbano”, avalia a doutora em ciência política Mariela Rocha, analista de pesquisas do DATATEMPO. A especialista defende que “esses problemas não se mantêm no topo de forma automática ou natural, mas, sim, por serem questões estruturais e complexas, que impactam de maneira contínua a vida dos belo-horizontinos”.

A cientista política observa ainda que, por mais que saúde e transporte sejam pontos críticos para boa parte das gestões municipais, cada cidade enfrenta desafios próprios, conforme a realidade regional. “Em Minas, por exemplo, a situação pode ser diferente em cidades do interior, onde outras questões, como educação ou infraestrutura, podem ocupar um espaço maior nas preocupações dos eleitores”, pondera.

Áreas reinam nos planos de governo

Na liderança do ranking de problemas da capital, saúde e transporte também estão na mira dos dez candidatos a prefeito. Promessas para os setores estão entre as mais exploradas por todos os planos de governo entregues à Justiça Eleitoral. 

Na saúde, as propostas vão desde a melhoria da infraestrutura e valorização da carreira médica até a digitalização do sistema para agilizar consultas e exames. No transporte, algumas das proposições incluem uso da inteligência artificial para controle de tráfego, alteração do contrato com as empresas de ônibus e obras viárias. 

Para Mariela Rocha, analista do DATATEMPO, por saúde e transporte serem problemas crônicos, o “destaque nos planos de governo reflete as preocupações recorrentes dos eleitores”. 

Registro

A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados entre os dias 2 e 6 de setembro de 2024, com 1.200 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. Pesquisa registrada: TRE-MG 04866/2024.