Na liderança da corrida eleitoral pela Prefeitura de Belo Horizonte, com 27,6% das intenções de voto, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) atrai eleitores com perfis opostos aos do deputado estadual Bruno Engler (PL), que ocupa, numericamente, o segundo lugar na disputa, com 10,8%. É o que aponta a quarta rodada da pesquisa DATATEMPO.

O levantamento revela que, se as eleições fossem hoje, a maior parte dos votos de Tramonte viria dos eleitores que declaram renda de até dois salários mínimos (41,8% dos eleitores dessa faixa de renda declaram voto nele). Além disso, 34,4% dos entrevistados que fizeram até o ensino fundamental dizem que pretendem votar no candidato do Republicanos. 

Engler, por sua vez, vai no caminho totalmente oposto. Vice-líder numérico na pesquisa DATATEMPO (ele empata tecnicamente com outros quatro concorrentes na margem de erro), o candidato do PL atrai mais votos entre pessoas que têm renda de cinco ou mais salários mínimos (14%) e tem desempenho melhor entre os eleitores que têm ensino superior completo ou em andamento (12,9%). 

Os dois candidatos a prefeito também têm públicos distintos quando o critério avaliado é a idade dos eleitores. Nesse recorte, Tramonte se destaca entre os nove postulantes ao registrar a maior intenção de votos no eleitorado de 16 a 24 anos (32,8%). Entre os que votam nele, a maior parte também está nessa faixa etária. 

Por outro lado, a pior performance de Engler ocorre justamente entre os mais jovens. Segundo a DATATEMPO, 5,2% dos eleitores que têm entre 16 e 24 anos pretendem votar no candidato do PL. Numericamente, ele tem mais intenções de voto entre aqueles com 60 anos ou mais (11,9%). 

Para a cientista social Bruna Assis, analista de pesquisas da DATATEMPO, “o desempenho variável dos candidatos em diferentes segmentos sociais pode refletir o nível de reconhecimento que eles possuem nesses grupos, bem como as estratégias adotadas em campanhas anteriores ou em seu trabalho político”. 

Segundo a analista, os dados fornecem insights importantes sobre o grau de eficácia das estratégias dos candidatos para dialogar com cada perfil de eleitor, mas também apontam a necessidade de adaptação do discurso para ampliar a base de votos. “Cada segmento pode ter preocupações específicas, que esperam ser abordadas pelo futuro prefeito. Por exemplo, eleitores jovens podem estar mais focados em questões educacionais e acesso ao mercado de trabalho, enquanto a população mais velha pode priorizar a saúde”, exemplifica.

Registro

A pesquisa do instituto DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Os dados foram coletados entre os dias 7 e 11 de agosto, por meio de 1.200 entrevistas domiciliares. A margem de erro do levantamento é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TRE-MG sob o número 08627/2024.