CÂMARA DE BH
Projeto que previa fim do horário comercial em BH é retirado da pauta em meio a manifestações
Sessão foi marcada por presença de comerciários contrários ao Projeto de Lei, que o comparavam com a escravidão
Comerciários se manifestaram, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), contra o Projeto de Lei 851/2024 durante sessão realizada nesta terça-feira (13). Apesar de ter ficado fora das pautas votadas na Casa, o PL acabou recebendo destaque com a exposição de faixas contrárias à proposta e interrupções dos manifestantes durante a reunião.
Faixas da União Geral dos Trabalhadores (UGT) foram estendidas na galeria da Câmara. Entre elas, algumas traziam os dizeres “comerciários unidos contra o PL 851! Respeitem os nossos direitos” e “comércio 24 horas, sem direitos, sem segurança, sem mobilidade urbana, é escravidão. Não ao PL 851!”.
De autoria do vereador Irlan Melo (Republicanos), o projeto sugeria a permissão de um funcionamento estendido em estabelecimentos comerciais, dando fim ao horário comercial na capital mineira. O parlamentar chegou a ser vaiado pelas pessoas presentes na galeria da Câmara, também recebendo gritos de “ih, fora” interrompidos pelo vereador e pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Gabriel Azevedo (MDB).
Logo no início da sessão, o vereador Bruno Pedralva (PT) apontou que o PL foi retirado da pauta “graças à mobilização” dos comerciários. “Vocês estão na porta, lotaram essa Câmara. Não votamos hoje, não vamos mais votar no mês de agosto. Vencemos essa batalha, mas ainda não vencemos a guerra. Pode colocar (na pauta) de novo que vamos dizer não”, afirmou o parlamentar. O discurso foi seguido por gritos de “não ao PL 851” por parte dos manifestantes.
Em seguida, o vereador Preto (União Brasil) afirmou que “a escravidão acabou” e defendeu a categoria dos comerciários. “Esse tipo de projeto assim não vai passar nessa Casa. Imagina não ter descanso. Domingo, dia do culto, da igreja, da família. Não é dia de trabalhar não. […] Esse projeto de lei não deve continuar, porque prejudica uma classe. Não é possível fazer do comércio uma escravidão”, apontou, sendo também saudado pelos manifestantes.
A previsão era que, durante a sessão, mais de 25 projetos fossem votados na data. Até o momento, três deles foram aprovados.