COMERCIÁRIOS
Reunidos em Foz do Iguaçu, com transmissão ao vivo da TV CAECS, Comerciários de todo o Brasil discutem realidade do setor
Para o presidente nacional da UGT, a categoria deve estar atenta e discutir a nova realidade produzida pelo avanço tecnológico
Um evento de caráter nacional, com transmissão ao vivo pela TV CAECS, reuniu mais de 600 lideranças da categoria comerciária de 400 cidades brasileiras, realizado nos dias 22 e 23 de agosto de 2024, no Eco Cataratas Hotel, em Foz do Iguaçu/PR, município localizado no oeste do Paraná, conhecido internacionalmente pelas Cataratas do Iguaçu, uma das vencedoras do concurso que escolheu as Sete Maravilhas do Mundo. O Censo demográfico de 2022 identificou a presença de 285.415 habitantes nesta cidade, que integra uma região urbana trinacional habitada por mais de 700 mil pessoas, da qual fazem parte Ciudad del Este, no Paraguai, e Puerto Iguazú, na Argentina, países com os quais Foz do Iguaçu faz fronteira.
O Encontro Nacional dos Comerciários e Comerciárias da UGT focalizou conteúdos da ataulidade, como “E-Commerce e as as Novas Tecnologias: Desafios para o Emprego Formal”; Agenda 2030: Promovendo os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável)”, e ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa).
Fundada em 8 de março de 2007, a UNião Geral dos Trabalhadores (UGT) é uma entidade reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como a segunda central sindical brasileira, com a maior representatividade no setor do comércio e serviços.
Na abertura, a expressão do congresso: Ricardo Patah, presidente nacional da Central e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo; Darci Piana, Vice-Governador do Paraná, e Chico Brasileiro, prefeito de Foz do Iguaçu, compuseram a mesa com autoridades e lideranças sociais, como Manassés Oliveira da Silva, presidente da UGT-Paraná.
RESPALDO PARA A REALIZAÇÃO DO EVENTO
Mestre de cerimônias do encontro, Paulo Rossi, ex-presidente da UGT paranaense e atual presidente do Sineepres, integrou a comissão que pediu ao Vice-Governador do Paraná, Darci Piana, apoio à realização do congresso, em maio deste ano.
Em seu pronunciamento, Chico Brasileiro, que é paraibano, deu as boas-vindas aos presentes e destacou o caráter multicultural do município, onde estão presentes mais de 72 grupos étnicos, provenientes de diversas partes do mundo, como italianos, alemães, hispânicos, chineses, ucranianos e japoneses. A cidade ainda abriga a segunda maior comunidade libanesa do Brasil.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS – Ricardo Patah destacou a importância do encontro para os Comerciários brasileiros, visto que o setor tem sido responsável por um grande número de geração de empregos. Estima-se que mais de 11 milhões de pessoas trabalham no segmento em todo o país.
O presidente ugetista ainda frisou a centralidade do consumo das famílias para o crescimento do comércio, ao mostrar que a participação do comércio nas despesas familiares respondeu por 16,5% (R$ 1,135 trilhão, em valores correntes) desse consumo no ano passado.
RISCOS DA TECNOLOGIA – Para o presidente nacional da UGT, a categoria deve estar atenta e discutir a nova realidade produzida pelo avanço tecnológico, que criou estruturas dinâmicas. A juventude está muito distante do movimento sindical, que envelheceu e nos desafia a ter a capacidade de trazê-los para o nosso convívio. Quando ele começou a trabalhar, em 1972, havia mais de mil funcionários na loja, diferente de hoje, quando não há 400.
A venda de produtos através do comércio on-line, aliada às novas tecnologias, principalmente à Inteligência Artificial, tornou-se um grande desafio para os empresários do comércio físico tradicional e para os próprios comerciários, pois gigantes deste tipo de comércio, em especial as empresas chinesas, tem se mostrado cada vez mais agressivos. A oportunidade de compra de produtos a preços baixos traz sérios riscos para o consumidor, como produtos de baixa qualidade, riscos de fraudes, falta de contato com o produto almejado e com o vendedor.
A perda é geral: perde toda cadeia produtiva, cai a renda do trabalhador, o empresárionão consegue competir de forma igualitária, por causa da concorrência desleal, e o governo que vê a arrecadação de impostos diminuir.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)