Em seu quarto mandato como vereador de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos) chega à presidência da Câmara Municipal após um ano de duros embates com seu antecessor, o ex-vereador Gabriel Azevedo (MDB).

Os dois uniram forças no final de 2022 e anunciaram um acordo para que Gabriel assumisse a presidência em 2023 e Juliano herdasse o cargo em 2024. O acordo, no entanto, foi rompido e deu início a um duro embate político no Legislativo da capital mineira.

Eleito nesta quarta-feira (1º), Juliano Lopes alfinetou Gabriel e disse que o ex-presidente usou o “cargo de comando na Câmara de BH para benefício próprio”.

‘Sonho realizado’

Aos 53 anos, Juliano diz que chegar à presidência da Câmara é a realização de um sonho e que pretende buscar o diálogo com os vereadores para que o Legislativo tenha sua independência e melhore a vida da população da capital.

“É uma honra ser presidente da Câmara de BH, um sonho como político. Nasci em Belo Horizonte e a região que moro e sempre vivi, onde tenho meu projeto social há 18 anos, é a região do Barreiro. Sou professor de educação física, dei aula por 18 anos, sempre fui apaixonado por futebol, mas não tinha condições técnicas para jogar, então resolvi ser árbitro de futebol. Formei em 1996 na Federação Mineira de Futebol e encerrei minha carreira em 2009. A partir de 2011 atuei na Fifa como instrutor e hoje trabalho na Federação como presidente da Comissão de Arbitragem”, disse Juliano Lopes à reportagem da Itatiaia após a eleição da Mesa Diretora.

Ele recebeu 23 votos, contra 18 votos destinados ao vereador Bruno Miranda (PDT), candidato apoiado pela prefeitura de BH. Apesar da disputa, após a eleição Juliano recebeu uma ligação de Fuad Noman e desejou melhoras ao prefeito de BH.

Trajetória política

Segundo Juliano Lopes, seu início na vida pública começou ainda cedo, com demandas por melhorias na Região do Barreiro. “Sempre participei de grêmios estudantis, líder de classe, e percebi que minha região, muito carente, precisava de algo mais. Resolvi me candidatar em 2008, perdi minha primeira eleição, e me elegi para meu primeiro mandato em 2012. Hoje estão no meu quarto mandato”, conta o vereador.

Em seu discurso já como presidente, ele agradeceu ao apoio do secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro (PP), e disse integrar o grupo que ficou conhecido como “Família Aro”, “com muito orgulho”.

“Quero agradecer a Marcelo Aro, responsável diretamente por essa vitória, dando aula de política e mostrando porque ganha as eleições. Mostrando que tem palavra e compromisso. Sinto muito orgulho de fazer parte da ‘Família Aro’. Não preciso tatuar meu braço para demonstrar gratidão”, afirmou.