BRAÇOS CRUZADOS
Servidores do Ibama e do ICMBio aprovam greve em Minas
Durante o movimento serão realizados apenas serviços essenciais e com percentual mínimo de servidores
Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Minas aprovaram início de greve a partir de 1º de julho. A decisão foi tomada em assembleia na última sexta-feira (14 de junho).
Em nota, os trabalhadores afirmam que a decisão foi motivada pela “proposta do governo, que impacta negativamente os níveis iniciais da carreira e prolonga a trajetória profissional, prejudicando especialmente os novos servidores e tornando a carreira menos atrativa.”
Conforme a nota, durante a greve serão realizados apenas serviços essenciais e com percentual mínimo de servidores (ainda a ser definido) nas superintendências, unidades técnicas, Centros de Triagem de Animais Silvestres, gerências regionais, centros de conservação e unidades de conservação.
Além de Minas, servidores de outros 15 estados aprovaram a greve. O TEMPO entrou em contato com o governo federal para se posicionar sobre a decisão dos trabalhadores. A matéria será atualizada quando houver uma resposta.
No último dia 5, os trabalhadores do Ibama e do ICMBio já protestado em Belo Horizonte pedindo valorização da categoria. O analista ambiental e integrante da Associação de Servidores do Ibama e do ICMBio, Gustavo Ataide, explicou que o movimento nacional tem objetivo de pressionar o governo federal a reestruturar as carreiras dos servidores.
“Iniciamos uma negociação com o governo desde o final do ano passado, com pedido de reestruturação. Mas até então a negociação está aquém da nossa proposta. Fizemos um reajuste na proposta, cedendo em alguns pontos, mas seguimos sem resposta efetiva”, afirmou.
Entre as reivindicações da categoria está a valorização da carreira, novas contratações e melhores condições de trabalho. Segundo Ataíde, atualmente o órgão ambiental enfrenta um déficit de 50% na quantidade de servidores ativos que deveriam atuar no país. Em Minas Gerais, menos de 100 funcionários são responsáveis por atender as ações de competência do Ibama nos 853 municípios.
“O efetivo de ativos hoje é de cerca de 2,5 mil, mas o ideal seria em torno de 5 mil. Em Minas são menos de 100 servidores atuando, sem contar que ainda precisamos atender demandas de outros Estados, por sermos um órgão federal. Hoje, não há nenhum servidor que não desempenhe mais de uma função”, disse.